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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O segredo de Elly...


          Nunca fui de ficar curioso, mas aquela senhora sempre me deixou com essa sensação e vontade de querer saber o que se passava na verdade. Não sei o que via, pois ela era uma mulher de aproximadamente quarenta anos, cabelos ruivos, tingidos, olhos extremamente negros e sempre se vestia de cores claras, principalmente branco.
          Costumava vê-la todos os dias, no mesmo horário, sempre que passava na esquina da pracinha ela estava colocando uma flor ao lado de um banco. Nunca havia falado direito com ela, mas como nos víamos rotineiramente costumávamos ao menos nos cumprimentar. Eu com meus pensamentos da idade, acreditava que ela era apenas uma pobre viúva.
          Comecei a me interessar cada vez mais por aquele certo mistério que parecia uma coisa besta para os outros, meus amigos me diziam que eu estava querendo a mulher de corpo e alma, mas fora as brincadeiras deles, eu realmente me interessava, não por ela, mas pelo que ela escondia.
          Descobri onde ela morava, onde ia de manhã, de tarde, de noite, os horários em que a casa ficava sozinha, quem trabalhava lá, que horas saiam, e também descobri que ela sempre voltava com um bombom na mão depois que fazia seu ‘ritual’ na pracinha. Certo dia criei coragem e resolvi entrar na casa dela, mas tinha que ser tudo bem planejado, nada daria errado.
           Entrei lá, uma casa aparentemente normal, até que eu achei uma escada, que levava a uma porta estreita, porém estava trancada, voltei a sala, pois lembrei de ter visto uma chave em cima da mesa principal. O coração batia mais forte, minhas mãos geladas, e cada vez mais assustado e ao mesmo tempo com muita curiosidade, meus olhos se esquivavam rapidamente, atentos a cada movimento, sentia o vento mais gelado, e a respiração cada vez mais forte, criei coragem e em uma só sacada abri a porta, dei de cara com um santuário, onde havia um esqueleto.
           Cheguei mais perto, e vi uma plaqueta com os dizeres “ Aqui se encontra o homem que mais amei, e por amor eu mesma o matei.” , quando eu li aquilo foi espontâneo olhar para os lados e conferir o ambiente, e encontrei uma estante cheia de bombons, logo pensei que o homem era apaixonado por chocolate. Quando no meio de tanta obscuridade, medo e uma sensação terrivelmente estranha, eu fiquei com uma imensa vontade de comer um bombom, e quando ia saindo do quarto com um pedaço já na boca, dou de cara com Elly, meu coração disparou, tudo ficou escuro.  Agora, acabei de acordar na minha cama, não sei se tudo isso é fruto da minha imaginação ou se realmente aconteceu. 

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